Em um mundo eternamente provisório, efêmeras letras elétricas nas telas de dispositivos eletrônicos.
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Abr 11
publicado por José Geraldo, às 18:25link do post | comentar
Inicio hoje um projeto de longo prazo, de traduzir para o português o romance “The House on the Borderland”, publicado em 1907 pelo inglês William Hope Hodgson. Trata-se de uma obra obscura da literatura gótica britânica (a meu ver imerecidamente esquecida), que está de certa forma relacionada a dois outros textos do mesmo autor, merecedores ambos de mérito literário: “The Night Land” (A Terra Noturna) e “The Boats of the Glen Carrig” (Os Botes do Glen Carrig) — uma obra de ficção científica e um romance de capa e espada mesclado com fantasia e piratas.

Acredito que as três obras tenham grande potencial de atrair leitores modernos, especialmente porque, ao traduzi-las para o português, tenho a oportunidade de remover o principal defeito do original: o estilo excessivamente arcaizante e empolado que o autor empregou naquelas duas, ou a relativa falta de polimento que caracteriza “A Casa no Fim do Mundo”. Tais defeitos fazem com que muitas pessoas que se interessariam pelo tema em si destas histórias acabem se afastando. Mas uma tradução é sempre uma oportunidade de recriação do original. Embora não me julgue à altura de um Eça de Queirós, proponho-me a fazer pelas obras de Hodgson algo análogo ao que o genial autor de “Os Maias” e “A Relíquia” fez com “As Minas do Rei Salomão”, do obscuro H. Ridder Haggard.

Esta postagem servirá de índice para que os interessados na leitura possam acompanhar o progresso, em estilo folhetim, de meu trabalho de tradução.
Introdução do Manuscrito pelo AutorCapítulo I — A Descoberta do ManuscritoCapítulo II — A Planície do SilêncioCapítulo III — A Casa na ArenaCapítulo IV — A TerraCapítulo V — A Coisa no AbismoCapítulo VI — As Coisas SuínasCapítulo VII — O AtaqueCapítulo VIII — Depois do AtaqueCapítulo IX — Nos PorõesCapítulo X — Os Tempos de EsperaCapítulo XI — A Busca nos JardinsCapítulo XII — O Abismo SubterrâneoCapítulo XIII — O Alçapão no Porão MaiorCapítulo XIV — O Mar do SonoFragmentos [continuação do capítulo XIV]Capítulo XV — O Ruído na NoiteCapítulo XVI — O DespertarCapítulo XVII — A Redução da RotaçãoCapítulo XVIII — A Estrela VerdeCapítulo XIX — O Fim do Sistema SolarCapítulo XX — Os Globos CelestesCapítulo XXI — O Sol EscuroCapítulo XXII — A Nebulosa EscuraCapítulo XXIII — PimentaCapítulo XXIV — Passos no JardimCapítulo XXV — A Coisa da ArenaCapítulo XXVI — O Ponto LuminosoCapítulo XXVII — ConclusãoLuto
Algumas Palavras Sobre a Obra de William Hope Hodgson
O romance inicia com a seguinte nota:
A partir do Manuscrito descoberto em 1877 pelos Srs. Tonnison e Berreggnog nas Ruínas ao Sul do Povoado de Kraighten, no Oeste da Irlanda. Aqui transcrito, com Notas.
ATUALIZAÇÃO: A versão definitiva, que disponibilizarei em formato e-book, terá o título «A Casa no Limiar», conforme sugerido por um leitor. 

ATUALIZAÇÃO em 20 de janeiro de 2013: Disponibilizado e-book em formato ePUB.

Parabéns pela iniciativa. Ficarei acompanhado! o/
Juliemily Benjamin a 27 de Abril de 2011 às 00:31

Ótimo blog!!! já estou seguindo!!!

Nem tenho a pretensão de estar no nível deste mas, convido vcs para seguirem o meu também:
www.fabiayves.blogspot.com
Onde escrevo tudo que encontro de interessante por aí, inclusive o que penso...
Abraços!
Fábia Yves a 29 de Julho de 2011 às 22:36

Prezado,
parabéns pela iniciativa.
Mas lamento que queira "melhorar" o autor, preferiria lê-lo da maneira mais próxima do original possível. Mas, enfim, a tradução é sua e você tem toda a liberdade de fazer como queira, principalmente tendo a dignidade de dizer como traduz, o que é raro entre nós.
Talvez você desconheça, mas há sim uma edição em português : "A casa sobre o abismo", pela "Fantásticos econômicos Newton", 1996. Foi onde li pela primeira vez Hodgson, depois só em espanhol e italiano, infelizmente.
Muito bem vinda sua tradução, é realmente um autor de literatura fantástica que é desconhecido entre nós.
Abraços,
Camilo Prado.
Camilo Prado a 9 de Agosto de 2011 às 20:40

Camilo, minha intenção é não ser literal. Uma tradução literal de Hodgson seria intolerável, devido ao seu estilo. Ele usa vírgulas demais e tem certa tendência ao arcaísmo. Acredido que é preciso trabalhar isso na tradução, sim.

De qualquer forma, a intenção não é desrespeitar o autor, mas atualizar o seu texto e adaptá-lo melhor ao caráter do português.

Obrigado pela visita e pelo comentário.
José Geraldo Gouvêa a 13 de Agosto de 2011 às 14:34

osé Geraldo Gouvea sobre seu primeiro paragrafo reconheço sua indignação a respeito do ocorrido, e peço desculpas de coração, porem tenho certeza que não peguei o arquivo em seu blog, nem me lembro onde peguei este arquivo.
Eu geralmente baixo um monte de arquivos (livros digitais) e armazeno no meu kindle, semente depois de alguns dias é que eu posto no Toplivros "http://toplivros.wordpress.com", para partilhar com o publico em geral, e quando posto admito que não presto atenção neste detalhe (falha minha).
Continue fazendo este otimo trabalho que nós leitores agradecemos. Espero compartilhar futuros trabalhos seu com visitantes deste bog outras vezes!
Agora sobre seu ultimo paragrafo lamentável, prefiro nem comentar para também não ser mal educado!
rogerioalcantara a 14 de Janeiro de 2013 às 00:10

O comentário acima é uma resposta a uma reclamação que postei em um blog sobre epubs porque eles divulgavam o meu trabalho sem colocar link de volta.

Reconheço que exagerei um pouco na reclamação, que eu espalhei em vários lugares onde vi a minha tradução sendo difundida sem crédito devido. Mas eu me senti muito frustrado ao descobrir, por meio de terceiros, que um trabalho que eu fiz com muito carinho e que demorou à beça para ficar pronto, está sendo difundido pela internet sem dar o devido crédito.

Se os responsáveis pela divulgação tivessem simplesmente pesquisado no Google pelo título do livro mais o meu nome teriam sido direcionados para cá. Mas não o fizeram. Nem quem fez o e-book nem quem divulgou depois. Não recebi sequer um backlink. E backlinks são a única coisa que eu peço em remuneração ao trabalho que divulgo gratuitamente aqui.

Isso, sim, eu acho lamentável. Pode não ser culpa específica do blogue mantido pelo Rogério, mas é parte de uma cultura de desrespeito ao direito autoral. Veja bem, eu não estou reclamando de não me pagarem, afinal, eu não estou cobrando nenhum dinheiro. Estou reclamando de usarem um trabalho e nem procurarem dar reconhecimento. E isto ficou tão comum, tão automático, que as pessoas vão passando adiante as obras, sem procurar saber de onde vieram, afinal.

Será que valerá a pena eu traduzir outro livro se o destino das minhas horas de trabalho é serem esquecidas, com a divulgação indiscriminado do que eu fiz? Nesse caso, sugiro que os responsáveis pela divulgação traduzam eles mesmos. Foi essa a sugestão "mal educada" que fiz ao Rogério, e a outros blogueiros que andam divulgando a minha tradução sem dar nenhum reconhecimento.

É foda. E o pior é que a maioria dos visitantes vai achar que eu sou o ranzinza e o errado. Que sou eu que estou "me indispondo" com as pessoas que divulgam o meu trabalho sem pedir nada em troca. A maioria, composta dos visitantes, composta por gente que nunca traduziu nem letra de música no cursinho de inglês.

Houve um tempo em que os artistas costumavam cobrar pelas suas obras, as pessoas pagavam e valorizavam. Depois surgiu essa ideia de o artista 'fazer de graça' por um tempo para cativar o público. E de repente, com tanta gente fazendo de graça, fica difícil começar a cobrar, mesmo quando a cobrança é que apenas ponham um link de volta para o meu site quando reproduzirem conteúdo meu. Eu estou aqui mendigando um reles link como recompensa por um trabalho de tradução que me custou quase cinco meses, nas horas vagas e licenças médicas de meu serviço. Mas mesmo pedir tão pouco já é pedir muito, eu estou sendo intolerante e mal educado por ficar ofendido de ver o meu trabalho sendo levado por aí de qualquer maneira.

Essas são as mesmas pessoas que dizem que no futuro os produtores de conteúdo não precisarão cobrar diretamente pelas suas obras porque ganharam com elas indiretamente, através de anúncios, licenciamento, etc. Nada disso será possível se o autor não tiver o direito de ser reconhecido como autor de sua obra. Tudo que pedi.
Jose Geraldo Gouvea a 14 de Janeiro de 2013 às 23:38

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