Em um mundo eternamente provisório, efêmeras letras elétricas nas telas de dispositivos eletrônicos.
02
Out 11
publicado por José Geraldo, às 19:47link do post | comentar

Hoje estive visitando o sítio de meu pai, em Itamarati de Minas. A viagem foi deprimente, não só porque meu velho não anda muito bem de saúde, mas também porque a natureza não está.

Dói-me ver tantos morros pelados, a terra exausta de sucessivos incêndios e descuido, revelando-se como derme escarificada, vermelha entre os tufos secos de capim. Dói-me ver tantos topos de morros calvos pela ação estúpida do homem, que hoje pensa em depredar rapidamente antes que o governo queira proteger, tal como o especulador que demole o prédio histórico antes que o IPHAN o consiga tombar.

A seca está forte, as estradas estão ardendo em poeira amarelenta. Os pastos parecem estepes de filme americano, o gado está magro. Marcas pretas de incêndios recentes aparecem aqui e ali. Dói-me andar pela roça e ouvir tão poucos pios de pássaros, tão pouco arrulho de riachos.

Volto triste e com sede, com a pele ardendo de sol e ressequida da poeira e do vento. Volto deprimido com os rumos desse mundo que parece caminhar rapidamente para a própria extinção da beleza.


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