Discordo de Cazuza. A sinceridade não é tão importante assim, se o conteúdo for, no fim das contas, desagradável. Queremos a verdade, isso é o mínimo que nós queremos. Mas uma verdade que não doa muito. Pelo menos é o que eu quero. Não posso falar por você que me lê, claro, mas creio ter uma compreensão universal entre os não masoquistas. Quando temos a verdade, a sinceridade é que não importa: muitas vezes descobrimos o que é real enxergando nas entrelinhas do que foi escrito, atentando para gestos ou trejeitos enquanto o interlocutor nos fala. Então se quiser mentir, que minta, se tivermos a capacidade de entender. Nestes casos, uma mentira pode revelar uma forma de atenção, uma espécie de carinho verbal. E há momentos em que, sinceramente, queremos um corpo, com amor ou não.