Em um mundo eternamente provisório, efêmeras letras elétricas nas telas de dispositivos eletrônicos.
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Jun 11
publicado por José Geraldo, às 16:00link do post | comentar

Recuando mais no tempo, nos porões do site do André Dahmer, eis esta preciosidade, digna de comentários indizíveis. Quantos de nós não nos sentimos assim, às vezes?

O clima de cordialidade não disfarça um fato: os personagens desta tirinha não são felizes. Tanto “Romano” como seu colega são esvaziados (“descarnados”, na verdade) pela dedicação extrema a realizações que não são de seus projetos pessoais. É fácil imaginar porque eles se sentem assim: a falta de sentido é um mal que acomete a muitas pessoas no mundo de hoje, pessoas que não encontram uma razão para olhar-se no espelho e ver-se como indivíduos perfeitos e livres, dotados de uma missão. Eis o problema dos pobres esqueletos desta tirinha: eles vivem para o trabalho, somente para o trabalho.

No ônibus, o personagem da primeira tirinha encontra um homem que exibe orgulhosamente o próprio filho, dizendo “já trabalha comigo”. A criança, desde cedo, se acostuma a uma vida sem sentido, uma vida apenas de trabalho. All work and no play makes Jack a dull boy. Esta situação, porém, não causa aversão, mas orgulho. Tanto assim que, no quadrinho final, o homem exausto que deixou a repartição na sexta-feira “morto de trabalhar”, um pouco antes de desfalecer em seu caixão, à luz da lua, recomenda ao filho que ele “arrume um estágio logo”. O estágio, rito de passagem, é uma espécie de circuncisão mental a que todos são obrigados. Trabalhando desde cedo o garoto não terá tempo para desenvolver fantasias, tornar-se-á “seco”, “descarnado”, “morto de trabalhar”.

Este não é um quadrinho que exige muita reflexão, não há aqui muita filosofia. Apenas muita amargura e realismo, ainda que apresentado sob a capa do fantástico, esta licença poética que nos permite penetrar mais profundamente na realidade.


"Morri" de rir com essa tirinha... (rs!)
E agora, enquanto escrevo este comentário, aparece aqui embaixo a palavra a ser digitada por mim no quadrinho, para verificação de que eu não seja um "robot" (ou será "robotizado", visto que escrevo este de meu local de trabalho)... Mas, o mais legal é a palavrinha que está aparecendo aqui, para eu copiar... (rs!):
"SINKY"
(piada interna)

Vê se pode, parceiro! (rs!)

Abrax,

Paz e Bem!
RicK Falco a 30 de Junho de 2011 às 15:07

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