O poema nasce, às vezes,como uma necessidade dos dedos.O toque deles contra as teclas,o prazer de ver as palavrasformarem-se das letras, tornarem-se negrase deitarem-se na página.A frustração de retornar a apagar,o apego apertado de saberque o cursor retorna implacávelcondeno o erro a não ter havido.E aquele eterno temor de talvez haveralgum perigo à espreitaque destrua o arquivo,que delete inapelavelmenteo esforço despencado em um verso.O poema, às vezes, nasceuma necessidade com medo.