Em um mundo eternamente provisório, efêmeras letras elétricas nas telas de dispositivos eletrônicos.
05
Jun 12
publicado por José Geraldo, às 22:59link do post | comentar | ver comentários (6)

O Facebook Não Serve Para o que Eu Quero. Cheguei a esta constatação analisando hoje o modo como esta rede social tem se desenvolvido desde que comecei a interagir através dela, há cerca de um ano, egresso do Orkut. Não estou aqui querendo dizer que o Orkut fosse «melhor» (apenas diferente), ou dizendo como eu acho que o Facebook deveria ser. Apenas compreendi que estou perdendo muito tempo aqui para pouco resultado. Ainda continuarei utilizando a rede, mas apenas para finalidade recreativa — e muito menos do que faço hoje — porque as minhas esperanças com ela deixaram de existir.

Os meus objetivos ao interagir em redes sociais são manter contatos profissionais e atrair leitores para o meu blog literário. O problema a que me refiro é que o Facebook não serve para nenhuma destas duas coisas. Então, devo usá-lo para o que serve e desencanar disso para que não serve. Manter contatos profissionais fica bastante difícil se você só pode adicionar pessoas que já conhece ou com quem já interagiu (amigos de amigos, por exemplo). Não posso, por exemplo, encontrar e contatar um tradutor lá do estrangeiro para passar meu livro para a sua língua. Para atrair leitores fica ainda mais difícil, porém.

Ao contrário do Orkut, que era centrado em suas «comunidades», onde as pessoas interagiam, mesmo as desconhecidas, o Facebook é um cercadinho que procure lhe oferecer sempre «mais do mesmo». O Orkut lhe dava a opção de escolher, o Facebook tenta escolher por você e só será possível escapar da oferta limitada e controlada de informação que ele lhe oferece se você se dedicar ativamente a remover os obstáculos. Algo que eu já sei fazer, mas que não tenho o direito de esperar que os meus potenciais leitores façam pelo privilégio de me lerem.

Constato esse problema cada vez que vejo o número de adesões ao meu Google Friend Connect. Quando deixei o Orkut, em julho ou agosto de 2011, eram 83 conexões. Hoje são 81. Além de não ter ganho nenhuma nova conexão em quase dez meses, perdi duas (certamente um fato esperado, devido às contas que caducam ou são eliminadas pelo Google). Evidentemente menos pessoas estão tomando conhecimento da existência de meu blogue — e por isso menos pessoas o estão seguindo.

A explicação para isso é simples: somente têm acesso às minhas publicações (entre elas as atualizações das postagens do blogue, feitas por um aplicativo chamado RSS Graffitti) as pessoas que assinam o meu feed ou que são amigos próximos com quem interajo frequentemente. As demais pessoas nunca saberão do que eu estou falando. Isto quer dizer, em essência, que o Facebook retira das redes sociais justamente o seu maior atrativo, que era a amplificação do discurso individual e a possibilidade de interação em larga escala. Nesse sentido o Orkut era revolucionário e anárquico. O Facebook não tem nada disso.

Por esta razão não estranhem os meus cada vez mais frequentes desaparecimentos da rede social. Estarei procurando outros meios de divulgar o meu trabalho. E vai sobrar menos tempo para ler publicações nos perfis dos amigos.


07
Jan 12
publicado por José Geraldo, às 00:11link do post | comentar

Esta foi uma pergunta que me fiz durante um bom tempo. Esta postagem pretende esclarecer a resposta, com números frios e inquestionáveis. Mas antes de passar aos números gostaria de, primeiro, colocar na mesa as cartas que vou jogar, para que fique clara a linha de raciocínio que pretendo seguir.

Tipos de recompensa que o blogueiro pode esperar

Entendo que há três tipos de recompensa a que pode aspirar quem publica conteúdo na internet, a saber: notoriedade, remuneração e autossatisfação. Acredito que os termos são de uso corrente e é quase desnecessário defini-los para o público em geral. Mesmo assim, para que não reste sombra de dúvida de meu caminho, vou defini-los segundo o meu entendimento.

O blogueiro busca notoriedade quando pretende que o conteúdo de seu blogue repercuta e lhe franqueie acesso a editoras, imprensa ou algo assim. Quer remuneração quando pretende ganhar os caraminguás do AdSense ou fazer contratos de publicidade. Estas são as duas principais formas de recompensa a que um blogueiro aspira. Ambas estão interligadas, unha e carne entre si, embora não de forma automática. Quem atinge notoriedade costuma obter remuneração. Não necessariamente ocorre o mesmo na situação inversa: blogue pode render dinheiro e ser irrelevante. Não necessariamente ocorre uma coisa como consequência da outra: blogues relevantes podem não render dinheiro, ou render menos do que o blogueiro espera. A relação que ocorre é que dificilmente se ganha dinheiro com um blogue irrelevante, desconhecido.

Sobre a terceira forma de recompensa eu não vou falar porque ela já está superada para mim. Já não faço coisa alguma pensando em apenas «mostrar para os amigos» ou obter algum tipo de prazer narcisístico em «estar na web». Desta forma, deixo claro aqui que minha análise sobre «valer a pena» se refere exclusivamente aos dois primeiros aspectos.

Os blogues não são todos iguais, nem os blogueiros

Não pretendo me comparar livremente com qualquer outro cidadão da blogosfera. Tenho consciência de minhas limitações, inclusive geográficas. Não espero ter o mesmo tipo de repercussão que um blogueiro da moda que frequenta as festas das capitais, tem amizades em jornais e está perfeitamente antenado com o momento. Especialmente tenho consciência de que blogues de literatura não são como blogues de humor, de informática ou mesmo de contos eróticos. A literatura atinge um público menor e específico. Obviamente não criei meu blogue esperando ter vinte mil visitas diárias e ganhar três mil reais por mês só com AdSense. Suponho até que casos assim — no Brasil — são invenção de blogueiro boquirroto que gosta de gabar-se.

Existe um segundo aspecto de diferença envolvido: o já citado elemento geográfico. Uma vez que a maior parte do público da internet se localiza nas grandes cidades, especialmente Rio de Janeiro e São Paulo, parece-me natural que blogueiros ali também localizados tenham mais facilidade de acesso ao público, por falarem de assuntos que dizem respeito a esse público. Reza a lenda, porém, que a internet tem o poder de derrubar estas barreiras culturais e apresentar o nosso trabalho ao mundo, e que blogues são úteis para isso. Meu blogue foi, de certa forma, um experimento nesse sentido.

O que eu realmente esperava obter

Sendo verdade a ideia de que a internet remove barreiras culturais e franqueia acesso ao mundo para quem está isolado no interior — e eu acredito que isto seja verdade — meu objetivo era avaliar em que medida este efeito se sente, e se vale a pena confiar nele para, através de um blogue, romper a casca de indiferença com que a capital olha para o interior. Então, de forma simplista, poderia dizer que meu objetivo era, com o blog, obter um público, pequeno que fosse.

Delimitação do experimento

O blogue «Letras Elétricas» foi criado em 19 de agosto de 2010 a partir de um blogue anterior, chamado «Maldição Eletrônica», no qual eu escrevia sobre a utilização de ferramentas específicas de linha de comando, como o LaTeX, para produzir lay-outs profissionais de livros e revistas. Com o tempo foi rareando meu interesse no tema e, com os problemas que meu antigo site estava tendo desde que o serviço de hospedagem fizera upgrade de seus servidores, acabei começando a postar textos literários nele. Então, no dia 19 de agosto de 2010, mudei o nome e a URL do blogue, acrescentando-lhe também contador de visitas (oculto) e AdSense.

Os dados utilizados para as estatísticas que vou analisar foram coletados entre 01 de setembro de 2010 e 31 de dezembro de 2011, um total de 487 dias. Optei por não considerar os dados referentes ao mês de agosto de 2010. Não apenas por ser um mês incompleto, mas também porque acredito que não havia, ainda, tendências estabelecidas que valesse a pena analisar.

Resultados

Ao final do artigo há um gráfico contendo uma visualização dos dados que passarei a analisar. Você pode consultá-lo para compreender melhor as tendências que detectei. Eis uma tabulação dos dados coletados junto ao Analytics:

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12
Nov 11
publicado por José Geraldo, às 13:55link do post | comentar

…assim começa um famoso raciocínio de Rui Barbosa, parte de um de seus perfeitos discursos. Feliz era o Brasil no tempo em que os políticos de seu Congresso ainda encontravam tempo para redigir discursos.

Mas não quero falar de Rui Barbosa e nem de nulidades, apenas mencionar como, tantas vezes, procuramos justamente aquilo que nos faz mal. Eu poderia estar feliz hoje, poderia estar tinindo de alegria com os contatos que fiz ontem no Festival Literário de Cataguases, poderia estar comentando sobre elogios e críticas que recebi, de amizades novas que surgiram, de convites que vêm por aí.

Mas acabei caindo na besteira de seguir a insistência de um amigo virtual e dei uma reativada no meu Orkut, que eu havia DELETADO meses atrás.

Não sei o que foi que me deu. Não sei o que eu esperava ver de bom naquela fossa de vaidades humanas em fúria, naquela rinha de egos marombados. Sei que justamente vi apenas aquilo que me fizera sair de lá.

Para piorar as coisas eu ainda caí na besteira de começar a escrever uma postagem diretamente no Blogger, confiando que seria mais seguro, visto que ele parece «salvar» o texto a cada vinte segundos. E então o meu computador travou e quando consegui reiniciar perdera tudo! Aparentemente o Blogger só salva quando não precisa. Bom saber que a partir de agora devo confiar somente no LibreOffice para estas finalidades.

Mas resumindo estas ruminâncias de sábado, digo que muitas vezes vemos o triunfo das nulidades, e das anulações, como a de meu texto, porque justamente procuramos ver.

Eu poderia não ter reativado o Orkut, eu poderia estar datilografando o que escrevo, ou fazendo num caderno, como nos meus tempos de escola. Mas me expus a ver o que não gostaria de ver, a perder o que poderia escrever.

Tenho muito que aprender com a vida ainda, entre estas muitas coisa que me falta saber está a perspicácia de evitar as nulidades, pois a companhia delas pode até não me afetar negativamente, mas afeta-as positivamente. Digamos que estar em certas companhias é melhor para o currículo alheio do que para o meu.


28
Ago 11
publicado por José Geraldo, às 19:20link do post | comentar | ver comentários (4)

A falta de profundidade é uma necessidade quando se escreve para pôr no Orkut, onde textos mais complexos geram comentários depreciativos de pessoas que os consideram… complexos demais. Felizmente já há um bom tempo em que eu não levo o Orkut tão a sério e brindo-o apenas com meus rascunhos, para talvez detectar pontos potenciais que possam ser melhorados.

Cheguei a essa conclusão porque entendi que os leitores daqui não apreciarão o que eu escrevo de jeito nenhum. Nem quando eu estiver dentro do tema, nem quando estiver fora, nem quando o texto for complexo, nem quando for simples, nem quando eu tiver levado quatro meses escrevendo, feito revisão e usado leitores-beta, nem quando tiver escrito em sete minutos e postado assim mesmo (como foi o caso desse). Não sei se isso é por eu um dia ter sido moderador da NEB, ou talvez por eu tentar dar ao meu texto uma seriedade e um caráter tradicional, ou por talvez não ser loiro o bastante, ou por não me chamar Johnny…

Um dos problemas aqui do Orkut é a falta de profundidade. As pessoas querem o infinito em trinta segundos. Querem o impoderável em vinte gramas. Querem o indescritível em poucas palavras. Porém há coisas que não cabem aqui, ou cabem mal. Tolice é tentar pegar o martelo e fazer caber. Alguns já nascem no tamanho certo, outros não vão aceitar encolher, outros não conseguirão esticar.

O outro problema é que nem todos que aqui estão se adequam. Eu, por exemplo, não me adequo. Eu sou um dinossauro, sou do tempo da máquina de escrever e do mimeógrafo. Sou do tempo do telex e da loja de fotocópia. Tenho arquivos datilografados ainda. Tenho uma biblioteca em casa. Desconfio do Kindle e de outros quejandos. Eu ainda uso palavras como “quejandos” — e as pessoas me acham pretensioso por escrever assim, sendo que isso é natural para mim.

Enfim, desde o final do ano passado que eu já sabia que esses concursos nunca funcionariam para mim. Amadores julgando sempre tenderão a colocar o nível de excelência próximo do nível que conseguem. Por isso as apreciações feitas pelos grandes nomes da literatura costumam ser surpreendentemente diferente das feitas pelos críticos de jornalão e por isso a opinião da crítica diverge da opinião pública.

Todo concurso é furado, isso todo mundo sabe. Envolve interesses que vão além da mera “qualidade literária” (conceito que por si só já é discutível). Esse ano, por exemplo, teve o “Escândalo do Jabuti”, no qual Chico Buarque ganhou o Grande Prêmio sem ter vencido nenhuma categoria, por exemplo, o que acabou levando a Editora Record a retirar-se de futuras edições do prêmio, em protesto. E nunca custa lembrar que Fernando Pessoa não venceu o único concurso que disputou em vida…

Não que eu me considere um autor desse naipe todo, mas com certeza não alimento de ilusões de que concursos serão o caminho através do qual obterei “reconhecimento” e “carreira artística”. Muito menos um concurso de Orkut, no qual existem pressões muitos novas (para mim) e muito diferentes do tipo de demanda a que a literatura tradicional estaria preparada (e minha literatura é bastante tradicional).

E fica pior quando você considera que o Orkut encolhe a cada dia em termos de qualidade (para quem não lembra, leia “a diferença entre crescer, inflar e inchar”, um artigo provocativo que eu pus no meu blog há quase um ano). As comunidades não andam tão vibrantes quanto já foram, nem mesmo esta. E nos outros sites de relacionamento as coisas não fluem como um dia fluíram por aqui.

Talvez seja o momento de reconhecer que, como diz meu amigo Ronaldo Roque, “ninguém mais lê ninguém, só por obrigação”.


13
Ago 11
publicado por José Geraldo, às 15:32link do post | comentar | ver comentários (3)

“Severo Snape” (nome fictício) era proprietário de uma empresa que ia razoavelmente bem. Era, no entanto, dotado de um ego maior do que sua grandeza e de uma insegurança que lhe obrigava a reinar sozinho. Por isso tratava de aproveitar-se do poder de todas as formas, submetendo seus empregados a um regime de intimidação e represálias, cuja principal finalidade era impedir que algum deles se destacasse mais que o proprietário. Era também amante de três funcionárias (e supostamente de um funcionário também). Seus relacionamentos se misturavam ao serviço, pois dava privilégios a quem lhe dava e distribuía todo tipo de benesses e influências e aumentos de forma a privilegiar seus protegidos.

Como o clima na empresa era ruim, a rotatividade dos funcionários era alta. Toda semana havia alguém que não aguentava e se demitia ou não suportava mais e era demitido. Toda semana chegavam novos funcionários e a empresa ia seguindo. Não crescia, mas continuava. Ela era grande o bastante para ser atraente e havia sempre jovens ingênuos dispostos a entrar. Não perdia dinheiro, mas faturava menos do que poderia.

Um dia Severo desapareceu. Surgiram boatos de que teria sido forçado a vender a empresa para pagar dívidas. Reapareceu dias depois, usando o humilde uniforme dos auxiliares de escritório, para espanto de todo mundo. Que obra do destino obrigara o antigo ogro a arranjar um emprego reles na própria empresa que um dia fora sua?

Os primeiros dias foram de incredulidade. Ninguém acreditava que fosse verdade. Na surdina todos comentavam com cem por cento de certeza informações de que tudo não passava de uma farsa. Mas à medida em que foram se acostumando com a situação, os empregados começaram a se sentir mais à vontade. Mesmo os mais céticos passaram a duvidar do ceticismo. Por fim, algumas das vítimas do tirano caído aproveitaram para ir à forra do, xingando-lhe de nomes ou armando-lhe arapucas diversas. As suas amantes se recusaram: sem o dinheiro o homem está reduzido à sua idade e à sua feiúra. Seus poucos amigos, embora inicialmente fieis, começaram a ficar incomodados com o fato de que, mesmo empobrecido, ainda esperava ser tratado com a mesma deferência de antes, chegando ao cúmulo do “você sabe com quem está falando?”. Como antes, quando obtinha o respeito pelo terror.

Depois de nove dias o clima na empresa era de balbúrdia. Todas as regras um dia estabelecidas por Severo eram ativamente quebradas. A disciplina tinha desaparecido. Para tentar defender a empresa os diretores amigos de Severo tiveram que tomar atitudes com as quais ele não poderia concordar, uma delas dizer que se ele não se enquadrasse como empregado e fizesse o seu serviço teria de ser demitido.

Foi outra semana de caos generalizado. Mas, enfim, as coisas pareciam encaminhar-se para uma solução. Então, subitamente, ele apareceu na cadeira da presidência de novo.

Começou a caça às bruxas. Demissões em massa. A linha de montagem ficou paralisada por falta de braços enquanto eram contratados novos empregados, ou treinaods em suas funções. Diretores foram escorraçados simplesmente porque não haviam sido subservientes ao auxiliar de escritório Severo durante as três semanas.

«Eu fiz tudo isso para testar quem seria fiel a mim na adversidade — ele dizia — e descobri que ninguém foi.»

Sozinho em sua sala, sem amantes e sem amigos, Severo voltou a tiranizar a empresa, sem se importar se isso era bom ou não para os negócios. Na sua solidão a própria sobrevivência do negócio se tornava secundária. A conjuntura não lhe dizia nada, apenas acreditava que tudo ficaria bem no fim:

«Meu negócio cresce sozinho. Essa empresa ganha dinheiro praticamente sem precisar fazer nada.»

Ao fim de dois anos a empresa hoje possui imensos estoques de produtos que ninguém quer comprar, a sede está cada vez mais arruinada e pouca gente aparece para realmente trabalhar. Severo não vai à linha de produção, apenas crê que os milhares de empregados registrados estão fazendo bons produtos e os novos diretores, raramente presentes, estão sempre em viagem de negócios, fazendo preciosos contatos.

Alguém lhe recomendou que usasse óculos, ele finalmente acreditou que poderia estar enxergando errado, e saiu pela porta da fábrica um dia, grisalho e tateante, em busca da visão perdida, deixando para trás o deserto de um antigo sonho, as ruínas de coisas que poderiam ter sido.

Requiescat in pacem, Severus.


03
Jul 11
publicado por José Geraldo, às 19:09link do post | comentar | ver comentários (1)

Não deve ser informação nova para os que me acompanham, que eu estava desencantado com o Orkut. Não apenas por achar que ele não serve como plataforma de discussão literária, mas também por achar que até mesmo discutir lá é difícil. Minhas opiniões não mudaram, mas foram parcialmente temperadas pela constatação de que boa parte dos vícios do Orkut são compartilhados por qualquer outra plataforma de interação digital. Isso, e mais expectativa de que talvez o Orkut seja migrado, de alguma maneira, para o Google+ são motivos que me fizeram retornar parcialmente ao mundinho azul (sim, eu ainda uso o tema antigo). Caso isto ocorra, manter meus contatos será uma boa ideia, especialmente porque não sou lá muito fã do Facebook.

Pensando assim, pedi de volta a maior comunidade que eu possuía antes de minha hibernação e voltei a aderir e participar de algumas comunidades razoavelmente toleráveis. Claro, não vou passar horas orkutando como antes e não vou aderir a 290 comunidades outra vez. Mas pelo menos volto a divulgar este blog e as minha obras através do Orkut também. Em breve vou pôr até botãozinho aí do lado esquerdo.


26
Fev 11
publicado por José Geraldo, às 20:50link do post | comentar
  1. Admita que se tornou um viciado tecnológico e que este vício o está destruindo.
  2. Acredite que é possível encontrar a salvação. Para inspirar-se, abra uma janela, exponha seus olhos à luz brilhante que há no mundo lá fora, bem devagar para que o sol não queime suas retinas acostumadas a trevas e luz artificial. Depois de alguns dias seus olhos terão aliviado os sintomas da síndrome de abstinência de radiação eletromagnética do monitor e poderão suportar a luz do sol melhor, ponha óculos escuros e dê uma volta no parque durante o dia. De preferência vá sem usar pesadas roupas pretas.
  3. Experimente atividades construtivas ou recreativas que não envolvam o computador: jogar paciência com um baralho, brinque com seus filhos (se os tiver) ou dê um passeio de bicicleta (sem levar tablet nem notebook), dar milho aos pombos, tomar cerveja num boteco.
  4. Procure dentro de si mesmo os pensamos que levam à conexão indefinida. Resista à tentação de blogar o que viu no passeio ou de filmar alguma cena curiosa para postar no YouTube. Permita que algumas coisas sejam registradas apenas em sua memória. 
  5. Procure resolver as suas deficiências sem recorrer a metáforas tecnológicas. Não existe um Google para achar o que você perdeu. Não há como exibir cartões com emoticons enquanto fala. Organize seus pertences e treine expressões faciais correspondentes aos sentimentos que deseja transmitir. Encontre autonomamente soluções para os problemas de seu dia-a-dia, sem pesquisar sobre isso na Internet.
  6. Fique aberto a novas experiências não tecnológicas. Não rejeite tecnologias apenas por serem «antiquadas» e não cultive a obsessão pelo «novo». Leia um livro de papel. De preferência um que tenha sido publicado há mais de vinte anos e NÃO seja sobre informática. Visite um ponto turístico em vez de fazer download de fotos dele. Tente chegar lá sem usar o Google Maps.
  7. Procure aquele amigo de infância com quem você não fala há anos porque, embora saiba onde ele mora, perdeu seu endereço eletrônico. Convide-o para tomar uma cerveja no boteco da esquina enquanto assistem a uma partida de futebol em vez de jogarem Winning Eleven. Arranje um relacionamento sem recorrer ao Facebook. Não blogue sobre isso e nem altere seu status no MSN.
  8. Cumprimente conhecidos na rua. Cumprimente alguns desconhecidos na rua. Compre em uma loja que não tenha website. Ao fazê-lo, tente interagir com o/a vendedor/a. Torne-se conhecido dos vendedores das lojas e supermercados que frequenta regularmente.
  9. Procure dedicar-se a hobbies que não requeiram o uso permanente de computadores: escultura, pintura, ciclismo, pelada com os amigos, motocross etc.
  10. Livre-se de todos os perfis, logins, senhas, acessos etc. que não sejam estritamente necessários para seu trabalho ou que não lhe pareçam realmente divertidos ou úteis.
  11. Mantenha o telefone celular desligado enquanto for possível, mas procure manter contato com as pessoas que importam em sua vida, por meio de cartas, viagens, telefonemas etc.
  12. Determine horários nos quais ligará o computador (exceto para trabalho) e faça saber a todos que você respeita o que se propôs a fazer. Convide seus antigos amigos virtuais para encontros pessoais e lhes fale sobre as maravilhas do mundo real.

21
Fev 11
publicado por José Geraldo, às 10:59link do post | comentar

Nada é tão difícil na vida quanto superar fases. Tomar decisões é algo muito fácil, enfrentar as consequências é algo mais complicadinho. No momento em que você decide tomar uma atitude você se sente um super herói, capaz de ir até o fim com todas as suas decisões e determinações. Infelizmente o super herói não é o Superman, mas o Ultraman. Explico: nossas decisões não são invulneráveis e imaculadas, motivo de admiração para todos que nos veem e conhecem. Em vez disso, elas são precárias e frágeis, tomá-las já implica em uma confissão que faz com que as pessoas nos olhem torto. O pobre Ultraman não conseguia lutar contra os monstros por mais do que alguns minutos e precisava ir embora. Na vida de hoje a impressão que eu tenho é que eu estou sempre indo embora, sempre suportando alguns minutos e depois voando para o meu planeta distante. Como é difícil persistir!

Hoje admito que tenho um problema: estou viciado em internet. Não, não sou hipócrita de dizer que esse é um vício terrível que me destruirá porque eu não sou desses alarmistas. O «vício» a que me refiro é algo como um hábito que se arraigou e do qual é difícil ficar livre. Não é difícil por causa de uma noia incontrolável, mas porque vivemos em um mundo que nos exige interagir eletronicamente.

Então eu vivo, como muita gente, o dilema de saber que o uso da internet está me modificando, mas ao mesmo tempo reconhecer que eu não tenho a opção de me abster dela definitivamente. Eu não gosto das mudanças que estão acontecendo, tanto quanto não gosto de envelhecer. Melancólico isso.

O que me resta é controlar o acesso daquilo que me faz mais mal. Desde sábado estou vivendo sem Orkut. Resta-me ainda um perfil fake para usar, vinculado a uma única comunidade, mas ele também será apagado até o final do mês. O meu perfil original não será apagado, mas isso apenas porque eu ainda posso querer um dia voltar e copiar algum texto meu que deixei naquele saite de relacionamentos. Essencialmente posso dizer que vivo sem Orkut, que estou vivendo sem Orkut.

E que bela vida é! Estou trabalhando de novo no romance que eu comecei a escrever faz quatro anos! Quem sabe até o termine antes de morrer senil! Hoje consegui fazer uma longa caminhada, cumprimentei mais de vinte conhecidos. Agora depois do almoço vou andar de novo, apesar do calor. Vou visitar algumas lojas, comprar uma bicicleta, marcar consulta no dentista. Coisas que só fazia pela internet ou por telefone eu vou fazer pessoalmente. Talvez consiga até visitar alguns amigos nestas férias. Estou devendo uma visita ao Nando Pinto, lá em Astolfo Dutra, faz quase dez anos. Eu tenho um amigo que mora a menos de um quilômetro de mim e eu não o visito faz um ano!

Mas apesar disso, resta a síndrome de abstinência, este monstro de olhos vermelhos e cabeça inchada que persegue os que tentam se livrar de suas pequenas escravidões. Estou aqui imaginando como desenvolver a trama do romance e não consigo ficar nem dez minutos sem pensar em verificar o que terão respondido nos tópicos que criei nas últimas comunidades de que participei. Mas estou resistindo.


20
Fev 11
publicado por José Geraldo, às 20:22link do post | comentar | ver comentários (1)

Hoje acordei mais cedo, às 8h00, graças ao fim do horário de verão. Tive tempo de dar uma caminhada pelo centro da cidade e comprar o jornal de domingo (como sempre, edição fechada às 12h00 de sábado, mas pelo menos tem os cadernos especiais com reportagens mais aprofundadas). Depois disso, toquei de carro pro sítio da família, em Itamarati de Minas.

Passei o dia conversando com meu pai sobre muitas coisas. Descobri, espantado, o quanto desaprendi a arte da conversa, o quanto estou apressado e afastado de contatos. Nem tive vontade de caminhar pelo sítio (embora, nesse caso, o sol forte e os 35° fossem um bom motivo). À noitinha retornei para casa.

Desde ontem às 17h00 eu não entro no Orkut. Deletei todas as comunidades que possuía, saí de todas de que participava, deletei dois fakes meus. Agora estou quase em paz. Vida que segue.

Nos próximos dias, aproveitando as férias, vou tentar finalmente terminar meu romance sobre a Mula Sem Cabeça, para tentar participar de um concurso literário que tá vindo por aí.

Sem Orkut, dá mais vontade ainda de postar no Blog. Hoje estou, talvez pela primeira vez, fazendo uma postagem estilo «querido diário». Mas a sensação de liberdade é muito grande.

Nenhuma outra rede social é tão viciante e tão estéril quanto o Orkut. Houve um tempo em que perdi muito tempo ali, mas agora, talvez beneficiado pelo refluxo do site, consegui de volta minha liberdade. Ali você encontra um número imenso de comunidades sem dono, de perfis abandonados. É uma verdadeira casa assombrada da Internet, uma casca vazia em comparação com o que já foi. Ficou fácil abandonar, mas a cada dia me convenço de que teria sido melhor se eu tivesse conseguido largar antes.


19
Fev 11
publicado por José Geraldo, às 13:46link do post | comentar | ver comentários (1)

Não sei se já contei para vocês que sou fã dos Smiths. Para mim não existe letrista mais agudo e inteligente do que Morrissey, que é simplesmente aquilo que Renato Russo queria ser quando crescesse. Em suas letras ácidas e amargas ele descasca e devassa as conturbadas relações informais de poder que se estabelecem no convívio entre os seres humanos. Mas não escrevi esta crônica para louvar os Smiths, apesar de todo meu fascínio por versos como “Se não for amor será a bomba que vai nos reunir” e “Agora entendo como se sentiu Joana d’Arc quando as chamas chegaram ao seu nariz adunco e o seu walkman começou a derreter”. Escrevi-a para, recorrendo aos versos de Morrissey, deixar marcado meu orkuticídio.

Que fique bem claro que é um “orkuticídio”, não um suicídio. Estou saindo da vida apenas no metafórico sentido daquele “mundinho azul”. Aqui fora, continuarei ganhando cabelos brancos e crescendo barriga enquanto tento continuar escrevendo e criando minhas filhas. Como toda carta que justifica uma morte (neste caso virtual), esta também será longa, e também só será lida pelos “legistas” interessados na “causa mortis” ou nos segredos sórdidos de quem se tornou o cadáver.

Cometo este ato insano porque that joke isn’t funny any more. Houve um tempo em que o Orkut me divertiu. Talvez tenha feito mais do que isso: graças a ele eu obtive meu contrato de publicação e fiz alguns amigos. Mas não muito mais do que isso. Hoje entendo que este hábito me tirou mais do que me deu. Tirou de mim energias que eu deveria ter gastado olhando o céu (um azul mais bonito que o plano de fundo do saite), pisando na grama da praça (apesar de algumas bostas de cachorro), caminhando pelas ruas (apesar da fumaça dos carros, dos cheios urbanos e do sol áspero), brincando com a Gabi e com a Duda (e também “brincando” com a Dani).

“Pare o carro ao lado da estrada, / você deve saber / que a onda do tempo amaciará você, / assim como a mim.”

Houve uma época em que até o Orkut me inspirava a escrever, mas ultimamente eu tenho sentido cada vez mais que minhas horas passadas frente ao monitor se tornaram momentos “zumbis” em minha vida. Cada vez mais, inspiração me vem quando corro, ando, tomo banho, como, trabalho ou vejo vacas pastando. Olhar os píxels esvazia o meu cérebro. É como uma droga e eu já adiei muito isso e agora está na hora de desintoxicar.

“Quando você ri de pessoas / que são tão sozinhas / o único desejo delas é morrer.”

Comecei a me “matar” quando Sinki me expulsou da Novos Escritores do Brasil. Talvez eu tivesse resolvido continuar “vivendo” se alguma das iniciativas que tomei entre julho e setembro tivesse dado certo. A comunidade Textos & Texturas, os concursos da Contos Fantásticos, a Revista Textura. Cada uma delas poderia ter sido um entorpecente (ou uma morfina) capaz de me fazer seguir com a farsa. Mas misericordiosamente nenhuma delas continuou.

“Bem, eu acho que / essas coisas não me fazem rir, / eu bem queria conseguir.”

Isto levou-me a um afastamento voluntário do Orkut entre setembro e dezembro. Embora tenha sido somente parcial (eu realmente tive várias sequencias de dias sem acessar, mas não consegui atravessar os três meses sem postar), estas férias serviram para me mostrar que eu não precisava do Orkut para ter inspiração mais. Nesse ínterim descobri outras maneiras de interagir com escritores, fiz algumas amizades, encontrei algumas pessoas, participei de eventos, recebi comentários. Gradualmente me afastei das “comunidades” onde convivia e percebi que antes passava horas vivendo vidas irrelevantes e irreais, lutando contra moinhos de vento apenas imaginários, dedicando minhas forças a combates que nem ficariam registrados para a posteridade (pois o meio eletrônico é como a areia da praia).

“Mas essa piada não tem mais graça.”

O que me levou a um desencanto, que somente foi agravado pelo fato de que minha participação no Orkut havia produzido um efeito negativo em minha interação. Tornara-me uma “personalidade” detestada por minhas opiniões incisivas, tinha mais desafetos do que admiradores, meus textos atraíam críticas mais rigorosas porque as pessoas tinham necessidade de apontar os meus erros enquanto desculpavam os alheios. Claro que eu não me ofendi com isso, pois é natural que as pessoas exijam mais de quem acham bom. Mas incomodou-me ver que eu estava sendo sempre, sutilmente, visto como o “garoto de fora”, o estranho na turma.

“Estamos muito perto de casa / e vai muito fundo, até o osso, / mais fundo do que você acha.”

De fato o era. Minha idade, minha maturidade e minha mentalidade. Três fatores que me separam da maioria dos jovens escritores orkutianos. O senso do ridículo caiu em mim como uma bomba quando eu, lendo a história dos Alcoólicos Anônimos, no saite “Agent Orange”, li a biografia de Frank Buchman, um dos inspiradores do movimento. Aos 37 anos anos (a idade que hoje tenho) ele tentou se instalar no dormitório dos estudantes em Harvard, a fim de “ficar mais perto” daqueles com quem deveria interagir, na qualidade de capelão da faculdade. Ele acabou expulso de lá pela faculdade, diante dos insistentes protestos dos alunos, que não conseguiam conviver com sua presença. Acabou até sofrendo acusações de pederastia por conta disso. Ao ler este episódio burlesco da biografia de alguém que não ficou famoso como um cara bacana, eu procurei visualizar em minha mente as cenas de sua vida no dormitório estudantil. De repente o rosto de fuinha de Frank Buchman se metamorfoseou no meu e eu percebi que tinha que sair do dormitório, mesmo que pulando pela janela, porque certamente os rapazes ficavam constrangidos pela minha presença. Meu lugar não era lá.

“Chute-os quando caem! / Por que também você /Tem que chutá-los quando caem?”

Torna-se natural a impaciência quando você quer ir longe. Quanto mais você aprende, menos prazer tem em revisitar os estágios iniciais de sua jornada. Os professores, essas almas abnegadas e tão raras, certamente não derivam o seu prazer do conteúdo, mas da experiência sociológica do ensino. Eu, porém, sou viciado em conteúdo, eu sinto o vento soprando na estrada do conhecimento e não gosto de voltar atrás para buscar quem está correndo atrás de mim.

Esse tipo de sensação de impaciência leva quase certamente à violência verbal, algo muito barato quando no Orkut. Na vida real você não discutirá Proust com um bêbado no bar, mas no Orkut esses pudores costumam cair, e acabamos perdendo a medida das palavras.

Não é bonito descobrir que você é um dos que chutam os que estão caídos, especialmente quando os próprios caídos mostram os dentes quebrados. Não é bonito você descobrir que está fazendo hoje o que lhe ofendeu tanto quando fizeram com você no passado. Mas eu não tenho a morbidez de veterano que gosta de humilhar calouro, eu “passo” esse papel a quem tenha essa depravação. Não vou chegar a ser um J. R. Pereira, vou me “orkuticidar” antes disso.

“Estava escuro quando dirigi para casa / sentado em bancos de couro. / Então, de repente tive a impressão / de que talvez venha a morrer /com um sorriso no rosto, enfim.”

Decidi me “matar” virtualmente em janeiro. Até pus data para isso na descrição do meu perfil. Nos primeiros dias as pessoas argumentaram muito comigo, vieram os bombeiros trazendo parentes, amantes, filhos, cobradores e um psicólogo. Todos chegaram no parapeito dizendo que valia a pena continuar, e eu fui continuando.

Decidi brincar com eles. Sairia do Orkut fazendo uma brincadeira que sempre quisera fazer. Criei um perfil falso, chamado Filipe C. Pinto (uma “tradução” do nome do genial Philip K. Dick). Usei o perfil para postar um conto MEU na Contos Fantásticos, depois de ter deixado pistas, com dois “amigos” virtuais” de que o conto seria de Stephen King ou de um autor soviético cujo trabalho teria semelhanças com o do King. Eu esperava que ambos “dessem com a língua nos dentes”, fazendo todos pensarem que o conto era de alguém famoso, quando era meu. A patranha seria completa quando eu postasse no concurso seguinte um conto de um autor famoso e fizesse todos pensarem que era meu. Eu já tinha tudo até traduzido. O conto seria “O Quarto Vermelho”, de H. G. Wells; uma reconhecida, mas pouco conhecida, obra prima da literatura universal.

“Eu já vi isso acontecer com outras pessoas / e agora está acontecendo comigo.”

Desisti, no entanto, de levar esta farsa até o fim. Teria dado muito trabalho manipular as pessoas em cada vez — e eu não sou nada bom nisso. Além do mais, por que eu também teria que “chutá-los caídos”? Se eu tenho impaciência com os garotos e com suas obsessões, como tratá-los com tanto desrespeito? Senti-me ridículo fazendo isso e resolvi parar com essa trollagem gratuita.

“Mas essa piada não tem mais graça.”

Então, amigos, despeço-me de todos vocês aí do Orkut. Meu perfil será apagado quando terminar o horário de verão. Peço desculpas à Åsa Heuser, que me confiou a moderação da Sociedade da Terra Redonda, mas não tenho mais como continuar. O “orkuticida” que considere seus compromissos não consegue se “matar”. Somente consegue o Ato Extremo quem fecha os olhos, algo egoisticamente, e ignorando as pessoas que deixará na mão.

A piada não tem mais graça para mim, é só isso que eu quero que vocês entendam. Não me obriguem a continuar no palco só porque vocês gostaram do show.

Ficarão assuntos pendentes, obviamente. Perderei contato com algumas pessoas, pelo menos com aquelas que não estão ainda no meu MSN e nem no Facebook. Mas o buraco deixado pelo tempo que eu gastava no Orkut será fechado com muito trabalho literário novo: tenho CINCO romances para terminar, minha gente, e estou chegando ao meio-dia da vida. Tenho muito que viver e que escrever.

Lasciate ogni speranza voi ch’entrate.


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