Em um mundo eternamente provisório, efêmeras letras elétricas nas telas de dispositivos eletrônicos.
11
Dez 12
publicado por José Geraldo, às 12:41link do post | comentar
Não há matemática que explique a poesia. Explicava a versificação. Mas versos são canteiros, não são a horta.
assuntos: , ,

21
Nov 12
publicado por José Geraldo, às 20:30link do post | comentar
Ninguém vivia muito tempo para prestar atenção ao tempo, que era sempre o presente, cada vez que amanhecia. Significava que a noite terminara sem o encontro de uma fera, sem as garras gélidas da terra rasgarem. O passado só existia através do mito, das coisas acontecidas ninguém sabia quando, nem onde, nem com quem. O mito também era uma espécie de tempo coagulado, cíclico, interminável. Alguém poderia pensar que era horrível ser um deus, e ter que refazer a criação do mundo sempre, ter que viver sempre a fazer as mesmas coisas.

Mas quando justamente ninguém viveria muito tempo, era possível ainda viver com vagar. Diante de tão pouco tempo, a coisa sábia que se fazia era viver cada hora com a profundidade de uma pequena eternidade. E as semanas, passadas ao mito, se acumulavam na memória sem saudade. Saudade existe quando a gente descobre que o tempo passa. Jovens demoram nisso: nenhum jovem sabe que morrerá.

Cada nova civilização descobriu um modo de criar velocidade. Mas nenhuma conseguiu a perfeição antes da nossa: somos os animais mais velozes que já existiram. Temos pressa, muita pressa, porque vivemos muito. Parece um paradoxo, visto que os homens das cavernas viviam com um peso tão diferente. Mas nós temos essa pressa porque, por mais que tenhamos esticado o cordão da vida até rebentar por si, sem crime e sem doença, a verdade é que o tempo imenso que obtivemos nos parece pouco, porque sabemos que morreremos.

Nós, os velozes, somos os primeiros mortais inteiramente cônscios disso. Sabemos disso em nossos ossos, porque os nossos olhos e mentes ainda se recusam a crer. A saudade e a pressa existem porque somos muito velhos no mundo, porque temos muitos velhos. Na época em que não havia velhos, era como se ninguém fosse nunca morrer, como se cada óbito fosse uma fatalidade, uma interferência dos deuses, alguma coisa assim. Era uma espécie de imortalidade, que terminava sempre quando alguém ou algo interferia.

Não temos tempo para viver cada dia, porque temos uma vida inteira pela frente. Uma vida inteira significa toda a vida que se pode ter. Não há outra, não há mais, não há cheque especial no saldo dos anos, não há mais gasolina para a alma. O peso disso nos faz correr, e tudo se torna provisório.

11
Jul 12
publicado por José Geraldo, às 22:07link do post | comentar
Debate no Facebook sobre o caso dos mendigos que devolveram 20 mil reais. Alguém, não podendo crer que exista gente honesta no mundo, comentou que havia visto a primeira entrevista deles e que eles haviam devolvido por medo: estavam cobrindo o rosto e falavam com a voz trêmula. Outro respondeu que isso não provava nada, pois o Brasil é mesmo um país onde para se fazer algo ético você precisa ter muito receio, fica de vez trêmula e às vezes tem até que esconder o rosto para evitar represálias. Faz sentido.

26
Ago 11
publicado por José Geraldo, às 20:36link do post | comentar

Eduardo Galeano — jornalista, cartunista e escritor uruguaio — publicou uma série de coisas que sonhava acontecessem no mundo após a virada do século. Considerando a natureza da prosa deste autor, o tipo de coisa que ele sonhava não é inesperado; mas para muitos soará estranho, pois há os que pensam que este autor se limitou às Veias Abertas da América Latina, obra que a esquerda toma como bíblia e a direita renega como se fosse um grimório satânico. Por causa do peso deste livro (que tinha a intenção de realmente pesar) o resto da obra onírica de Galeano às vezes passa despercebida, ao meu ver imerecidamente.

No texto em questão, publicado ainda quando este século era distante, o autor uruguaio tentou nos pintar um mundo onde os sinais estivessem trocados, e de uma forma estranha o texto nos deixa com a sensação de que uma inversão total de valores nos faria mais felizes. Da impossibilidade de tal feito ter lugar, surge-nos a dúvida filosófica: afinal, somos felizes como somos?

O texto original de Galeano pode ser conferido aqui. De minha parte, resolvi fazer um aparte ao que ele escreveu, e adicionar alguns itens, remover outros, reescrever alguns, resultando no seguinte:

No meu mundo ideal os automóveis seriam atropelados pelas pessoas e teriam de refugiar-se, temerosos, nas ruas afogadas por calçadas que cada vez se alargam mais. O ar seria poluído apenas pelo perfume das árvores e pelo cheiro das moças. As pessoas não seriam possuídas por seus bens, nem programadas por seus computadores, nem compradas pelos mercados nem observadas pela televisão. Que, aliás, seria tão importante nas casas quanto o ferro de passar ou a lavadora de roupas. As pessoas não trabalhariam para ganhar o seu sustento, mas para sustentar os seus sonhos. Não se prenderia nunca aos que recusassem servir às Forças Armadas, mas aos que sonhassem servir. Prostitutos seriam apenas os que sentissem prazer na promiscuidade. Seria incompreensível mencionar que certos conceitos seriam incompreensíveis para certos povos. Loucos seriam chamados aqueles que negassem aos outros o direito de viver suas loucuras. Nenhuma pessoa teria crédito por dizer-se representante de Deus, a ponto de dizer aos outros o que fazer e o que não fazer. As pessoas sentiriam saudades apenas de coisas e seres que conheceram, e não de animais e seres extintos pela ganância humana. A polícia serviria para proteger ao povo, e não para proteger o governo do povo. E todos viveríamos cada dia como se fosse simultaneamente o primeiro e último.


20
Ago 11
publicado por José Geraldo, às 16:35link do post | comentar | ver comentários (1)

O narcisista é alguém que se mira em um espelho turvo e prefere mudar a si mesmo para ajustar o reflexo, em vez de trocar de espelho.

As mulheres não sabem disso: mas os homens que elas querem conquistar são muito menos exigentes do que a opinião de suas amigas.

Piada fresquinha recebida via Google Plus, de um americano preocupado com a economia:

A economia vai tão mal que eu recebi pelo correio um cartão de crédito previamente cancelado. Os empresários estão jogando mini-golfe. As grandes empresas já demitiram mais de 25 deputados. Angelina Jolie adotou uma criança estadunidense. A casa da luz vermelha apagou a lâmpada. Agora uma imagem vale apenas 800 palavras. Mudaram o nome de Wall Street para Wall Mart. Desesperado, comecei a pensar em suicídio, e então liguei para o cvv. O call center ficava no Paquistão e quando eu disse que estava pensando em me matar o sujeito do outro lado ficou excitado e começou a me perguntar se eu sabia dirigir caminhão…

Se uma mulher reclama que o homem nao viu o que ela fez com o cabelo, isso deveria ser um ótimo sinal (para ela) de que nós não estamos assim tão interessados em mulheres perfeitas quanto elas acham que estamos.

assuntos: ,

30
Jul 11
publicado por José Geraldo, às 00:30link do post | comentar

Para autores, em sete lições

  1. Não os escreva.
  2. Se porventura acabar escrevendo algum, jogue-o fora.
  3. Se por razões pessoais não conseguir jogá-lo fora, esconda-o.
  4. Se tiver de publicar, não faça de seus amigos os seus fregueses. Amizade e negócios não combinam.
  5. Se vender a amigos e eles elogiarem, não peça detalhes. Evite a decepção de descobrir que estão elogiando porque são amigos, mas nem leram.
  6. Somente se pedir detalhes (oh, ousadia!) e eles disserem coisas que fazem sentido, suspeite que o livro seja mesmo bom.
  7. Nesse caso, chore os que jogou fora.

Para leitores, em dez lições.

  1. Leia a sinopse. Se a sinopse já é um ruim, imagine o livro.
  2. Não ligue para o prefácio. Prefácios são escritos por amigos, ou por alguém pago para isso.
  3. Desconfie dos livros que têm longas introduções e apêndices, a menos que o nome do autor seja John Ronald Reuel Tolkien. Se precisam de muita explicação, é porque não conseguem explicar-se por si mesmos.
  4. Antes de ler um livro de setecentas páginas escrito por um desconhecido, escreva aquele livrinho de cem páginas que ele também escreveu. Quem escreve mal um livro de cem páginas, dificilmente se sairá melhor num outro mais longo.
  5. Evite livros que tentam atingir vários públicos ao mesmo tempo. Imagine um automóvel ao mesmo tempo econômico, compacto, fora-de-estrada, familiar, de luxo e esportivo.
  6. Desconfie de livros ambientados em lugares inventados: é um truque fácil para esconder a preguiça de pesquisar sobre lugares reais ou a falta de vivência real do autor.
  7. Quando o autor diz ostensivamente que o livro é resultado de anos de trabalho, ele está implorando que você goste.
  8. Desconfie de apelos emocionais (livros que falam de algum lugar pobre, da guerra que está na moda ou de lugares recentemente focados pela “caridade” internacional.
  9. Fuja de livros que têm muitos erros de ortografia. Se a editora não corrige o que é mais fácil de detectar, então esqueça revisão estilística, aconselhamento editorial ou uma política de seleção focada na qualidade.
  10. Nenhum livro de auto-ajuda presta. Eu disse “nenhum”. Isto inclui este em que você está pensando e também aquele que mudou a sua vida, e também aquele que todo mundo leu. Se acha que presta, talvez seja hora de variar suas leituras. Quem só come arroz provavelmente não imagina o gosto que feijão tem.

22
Mar 11
publicado por José Geraldo, às 23:08link do post | comentar

Para mais aforismas, cliquem na categoria “aforismas”…

  • Não há maneira controlada de fazer uma grande mudança. Saia batendo a porta, queime a ponte depois de cruzar o rio e só depois pense no caminho. De muito juízo o inferno da inércia está bem alimentado.
  • O dinheiro compra tudo, mas quem faz a lista é você.
  • A lógica do mercado de trabalho moderno se baseia no simples princípio milenar a que um romano clássico chamaria Lex silvestris. Em essência funciona assim: existe algo a ser feito e pessoas que devem fazê-lo. Alguns que terão contratempos e outros que não os terão. Os primeiros concluirão o trabalho e os segundos e para os segundos não há esperança: o mundo é de quem realiza e não de quem teve os motivos mais justos do mundo para ficar a 1% de realizar.
  • Existem homens neste país ganhando salários superiores a dez vezes o do Presidente da República apenas porque sabem chutar uma bola. Se alguém neste país estivesse ganhando um milhão de reais para fazer poesia seria um consenso na sociedade o absurdo de tal situação.
  • Não confio em pessoas que acham que eu devia gastar mais dinheiro. Se a tecnologia torna possível gastar apenas determinado valor, então qualquer preço superior a ele se torna uma exploração e quem o paga é um idiota ou um oprimido.
  • Deve ser algo terrível o poder absoluto. Apesar de todas as tentações e da possibilidade de satisfazê-las, sempre existe a possibilidade de que você o obtenha como Kadhafi e se torne no fim alguém como Kadhafi. Eu não desejo isso para mim nem para ninguém.
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5587106204629907458" />id="BLOGGER_PHOTO_ID_5587105735120479186" />
Muammar Kaddhafi, de jovem coronel bonitão a velho decrépito com cara de múmia e alma de bicho-papão. O poder absoluto não apenas corrompe absolutamente como transforma um cara aparentemente normal em um bundão brocha que anda cercado por quarenta mulheres guarda-costas e manda matar todo mundo que não o ame. Teria sido melhor continuar coronel, Sr. Kaddhafi.

09
Fev 11
publicado por José Geraldo, às 23:33link do post | comentar | ver comentários (3)
Esta é uma série de coisas que eu queria ter dito quando era professor, mas nunca pude dizer, ou não tive a coragem. Se bem que umas cinco ou seis dessas aí eu cheguei a dizer.
  • “No dia em que você tiver adquirido cultura suficiente para ter uma visão profunda deste assunto, publique um livro para provar porque tudo que se sabe a respeito está errado. Enquanto esse dia não vem, abra os olhos, destape as orelhas e seja humilde o bastante para aprender porque é para isso que você vem para a escola — e não para me ensinar o que eu fiquei a vida inteira estudando.”
  • “Com base em que você acha que eu estou errado mesmo? Você pode me citar quais documentos, autores ou fontes consultou?”
  • “Ao contrário de outros professores eu não tenho respeito pela ignorância.”
  • “Valorizar o esforço é importante, mas não valorizar ainda mais o sucesso é só uma maneira de fazer todos serem medíocres.”
  • “Se você se sente mal em não ter a minha atenção, eu sinto muito: eu também não estava tendo a sua.”
  • “A única coisa que me faz prestar atenção na ignorância é quando ela está acompanhada pela curiosidade. Se ela estiver acompanhada pela teimosia eu quero mais é que ela quebra as patas dando coice.”
  • “O ápice da pedagogia moderna se dá através da implementação desses ciclos viciosos, durante os quais é proibida qualquer espécie de dedução.” (pérola proferida em uma reunião na qual foi apresentado o conceito de Ciclos de Aprendizagem)
  • “Eu acho que venho aqui para ensinar o que há para ser ensinado e vocês para aprender. Acredito que eventualmente vocês me ensinarão alguma coisa também. Mas no dia que me disserem que a minha função essencial não é lhes ensinar a matéria, então eu vou buscar outra profissão porque eu não sou vagabundo para gostar de receber salário por fingir que trabalha.”
  • “O diploma certamente poderá lhe dar valor, mas certas pessoas prejudicam muito ao diploma.”
  • “Eu não sou arrogante, eu só estudei essa matéria. Duvido que você ensine o mecânico a consertar seu carro ou o médico a lhe tratar.”
  • “Existe uma palavra muito bonita para chamar aqueles que acham que já sabem antes de terem estudado: a palavra é ignorante.
  • “As contradições da ciência não devem ser usadas como desculpa para a preguiça de aprender, da mesma forma que tomar uns tombos não lhe impediu de aprender a andar de bicicleta.”
  • “Eu não acredito em inclusão social que não envolva conhecimento e compostura. Continue ignorante e se vestindo assim e não vai haver sistema de quotas que lhe garanta uma vida decente.”
  • “Todos nascemos ignorantes, alguns também nascem teimosos. Depois de algum tempo esses passam a ser chamados de burros.”
  • “As pessoas me dizem que não sou humilde o bastante para aceitar a palavra de Deus. Mas são as mesmas pessoas que não são humildes o bastante para reconhecer que nada sabem e começarem a estudar. Essas humildes pessoas que me dizem isso tão piedosamente são as mesmas que acham que Deus lhes contou tudo que elas precisavam saber e que nunca mais precisarão aprender nada. Um lindo exemplo.”
  • “Você pode não acreditar que o ser humano veio do macaco, mas a cada dia que passa mais eu me convenço de que há alguns voltando…”
  • “O sistema quer vocês burros, sejam obedientes e continuem não estudando. Tem muita carroça no mundo precisando ser puxada.”
  • “O diploma deste analfabeto não vai com a minha rubrica.  Processe-me se quiser, mas a minha nota para ele é aquela mesmo.” (reunião de final de ano durante a qual se argumentava em favor da aprovação de um aluno que tivera 82% de faltas e não tivera notas durante o ano letivo).

11
Jan 11
publicado por José Geraldo, às 00:28link do post | comentar
Continuando minha série de frases de efeito que vão acabar afastando todos os meus amigos, exceto a Ilka Canavarro, que não precisa conviver comigo, eis outra série de «Aforismas de um Ogro» (se você quiser mais motivos para me odiar, leia a série anterior).
  • Se as baratas sobreviverem ao apocalipse, isso ainda não mudará o fato de são estúpidas baratas. Sobreviver não é nenhum mérito, porque para cada Oscar Niemeyer existem uns trinta japoneses que passaram a vida inteira em sua cidadezinha bebendo saquê e nunca projetaram uma cidade.
  • O aspecto mais lamentável da literatura atual é que a maioria de seus praticantes não entende o que significa «lamentável».
  • Se Nietzsche estivesse vivo ele certamente gostaria de ... (complete com a coisa idiota cujo hábito você pretende justificar pateticamente).
  • Eu sei que o futebol é um jogo de cartas marcadas, mas eu ainda quero que o Galo seja campeão e o Flamengo se exploda.
  • A vírgula não humilha o ignorante, que não aceitará que errou, e nem o sábio, que se perdoa pequenos enganos ocasionais. Quem se ferra por causa dela é revisor.
  • Eu não acredito em crentes verdadeiros e nem ateus absolutos. Todo crente interpreta como metáfora o mandamento que não lhe convém e todo ateu acha um jeito de se alienar, mesmo que seja com a crença de ser um ateu absoluto.
  • Dizem que em algum lugar do interior da Bósnia-Herzegovina, em 1983, alguém teve uma ideia original. 
  • O dinheiro compra qualquer coisa, mas quem escolhe é você.
  • Estou acostumado a sentir no rosto o peso dos obstáculos que a vida nos impõe: fui goleiro de handebol na escola primária — e era o menor da classe.
  • Eu não levaria você para uma ilha deserta, nem quero que você me leve.
  • A maior prova de afeto não é levar alguém para uma ilha deserta, é acreditar que ela é uma pessoa que não deve ser deixada lá.
  • Ao contrário da maioria dos nossos jovens fãs de literatura, eu acredito que ideias originais quase não tem importância se você não tiver capacidade de criar a partir delas uma obra que valha a pena ler. Na verdade, um autor porco com uma boa ideia deve ter sido o que inspirou Jesus Cristo a inventar a parábola das pérolas aos porcos.
  • A frase mais sábia da história da música popular brasileira quem disse foi Raul Seixas: «Enquanto Deus explica, o Diabo dá uns toques.» Por isso eu não acredito que Deus seja brasileiro, visto que a maioria das pessoas (incluindo eu mesmo) não entende porra nenhuma daquilo que se propõe a fazer e se garante seguindo um «burrinho» ou perguntando para um colega.
  • Não é verdade que o Brasil só tem duas estações: Além da Globo e do SBT, tem a Record, a Bandeirantes, a Gazeta ...
  • Não é verdade que Sandy e Júnior são filhos de Chitãozinho e Xororó.
  • Bob Dylan abriu o caminho para que os desafinados cantassem e o mundo pôde conhecer artistas incríveis que teriam ficado mudos: Jimi Hendrix, Fish, Roger Waters, Paulo Ricardo e o Herbert Vianna. Hoje precisamos de outro Bob, que abra o caminho para os que sabem cantar cantem de novo.
  • É mais fácil tirar o homem de dentro da igreja do que a igreja de dentro dele.
  • Desconfie de quem agrada todo mundo. Somente pela qualidade dos inimigos a gente pode realmente avaliar o caráter de um desconhecido.
  • Não acho injusto que um árbitro de futebol ganhe mais do que um juiz do Supremo Tribunal Federal: nunca um dos Supremos Árbitros da Nação conseguiu decidir num piscar de olhos. E eu nem vou querer pensar no que pode lhe acontecer se a mãe deles entrar no meio.
  • A fidelidade é uma virtude humana espantosa: mesmo com o marido sendo processado por dezenas de estupros, sua linda e jovem esposa se mantém fiel à conta bancária.
  • A esperança morre com um simples tapa: que bicho frágil.

15
Set 10
publicado por José Geraldo, às 21:30link do post | comentar
  • Um “espírito prático” é um dos venenos da inspiração.
  • O ignorante espelha o sábio em si, em vez de espelhar-se nele.
  • Todo tolo surpreendido tem uma desculpa, mas somente os estúpidos são capazes de teimar nela mesmo depois que a verdade já triunfou.
  • Quando alguém obviamente ignorante é flagrado dizendo uma grande bobagem, é comum que rejeite qualquer tipo de correção que seja feita por alguém que alguma vez também tenha dito uma bobagem, pequenina que fosse. Mas os tolos só usam isso como desculpa, porque jamais acreditarão que alguém tenha a capacidade de corrigir-lhes.
  • Basta uma incoerência para dedos inquisidores tentarem calar o sábio, mas esses dedos não têm nenhum efeito sobre sobre os ignorantes: por mais asneiras que digam, nenhuma reação o convencerá de que é uma boa ideia calar-se.
  • Todos temos desculpas para nossos erros, mas os sábios têm planos alternativos para usar em casos imprevistos.
  • Sempre que você anota um número de telefone em um pedaço de papel é porque, de fato, não deseja ligar para ele. Quando você realmente quer ligar, ou você tem uma agenda ou tem uma memória suficientemente boa para lembrar sem precisar de anotar.
  • Ninguém sabe tudo, mas em geral esta frase é usada por quem está falando sobre o que não sabe para questionar as pessoas que sabem alguma coisa, exatamente quando elas tentam dizer do que sabem.
  • Como ninguém é perfeito, os mais corruptos carregam lupas para o caso de terem que enfrentar pessoas melhores do que eles.
  • Você precisa estar cheio das melhores intenções para conseguir realmente magoar a fundo uma pessoa a quem ama.
  • A verdadeira amizade não é de cristal.
  • Se eu ganhar na Mega-Sena um dia, terei todos os meus amigos de volta.
  • Nas redes sociais se tem a prova cabal de que as pessoas em geral são ignorantes, arrogantes, narcisistas, superficiais e dotadas de uma profunda necessidade de crer naquilo que lhes é confortável.
  • Advogados são torturadores do vernáculo que submetem as frases escritas ao pau de arara dos sofismas a fim de extorquir-lhes dúbios sentidos que possam resultar em causas.
  • O advogado é um ser que usa a lógica ao inverso: a causa vem depois do fato.
  • Um casal de advogados unido em comunhão universal de bens é a coisa mais rara de se ver.
  • Por mais que a polícia seja corrupta e truculenta, a biografia da maior parte dos que dela reclamam não ajuda muito a causa.
  • Se os políticos fossem obrigados a ouvir os próprios jingles de campanha e a ler os textos dos santinhos, haveria mais silêncio no mundo e menos políticos analfabetos.
  • O mundo conspira contra o escritor, mas quando ele se torna um sucesso a rua inteira reclama que ele é convencido porque não listou ninguém na dedicatória.
  • Se você quer parecer inteligente sem ser, basta ter um olhar penetrante, um temperamento calmo e a capacidade de ser irônico. Se você fizer as pessoas rirem, mas não gargalhar, é bastante provável que elas não consigam prestar atenção nem nas sandices que você está dizendo e nem na humilhação a que as pessoas que sabem do que estão falando estão lhe submetendo. A massa estúpida adora a ironia porque é um argumento que está ao alcance de todos.

Em homenagem à Ilka Canavarro, que me deu o fofucho apelido de Ogro.


mais sobre mim
Março 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10

17
18
19
20
21
22
23

24
25
26
27
28
29
30

31


comentários novos
Ótima informação, recentemente usei uma charge e p...
Muito bom o seu texto mostra direção e orientaçaoh...
Fechei para textos de ficção. Não vou mais blogar ...
Eu tenho acompanhado esses casos, não só contra vo...
Lamento muito que isso tenha ocorrido. Como sabe a...
Este saite está bem melhor.
Já ia esquecendo de comentar: sou novo por aqui e ...
Essa modificação do modo de ensino da língua portu...
Chico e Caetano, respectivamente, com os "eco...
Vai sair em inglês no CBSS esta sexta-feira... :)R...
Posts mais comentados
pesquisar neste blog
 
arquivos
blogs SAPO